A China reafirma sua posição de liderança global em energias renováveis, construindo o dobro da capacidade eólica e solar que o restante do mundo combinado, conforme revela um estudo publicado nesta quinta-feira (11/07).
Com 1,4 bilhão de habitantes e numerosas fábricas, a China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, os quais aceleram a mudança climática, segundo cientistas. O país comprometeu-se a estabilizar ou reduzir suas emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.
Para cumprir esses objetivos, a China está expandindo significativamente sua capacidade de energia renovável, construindo 180 gigawatts (GW) adicionais de energia solar e 159 GW de energia eólica, de acordo com um estudo da ONG Global Energy Monitor (GEM), sediada nos Estados Unidos.
Segundo o relatório, esse total de 339 GW representa 64% da energia solar e eólica atualmente em construção no planeta, quase o dobro da produção mundial. Atrás da China, os Estados Unidos seguem com 40 GW, Brasil com 13 GW, Reino Unido com 10 GW e Espanha com 9 GW.
Apesar da rápida expansão, a China ainda depende amplamente de suas usinas a carvão para atender à crescente demanda por eletricidade. Além disso, enfrenta desafios para transportar a energia renovável das regiões remotas para os centros econômicos densamente povoados no leste.
No entanto, a capacidade combinada de energia eólica e solar da China deverá superar a do carvão ainda este ano, aponta o estudo do GEM. Isso pode fazer com que as emissões chinesas atinjam seu pico mais cedo do que o esperado.
Um Futuro Promissor
Além disso, a China não concedeu novas licenças para usinas siderúrgicas a carvão no primeiro semestre de 2024, o que pode ser um ponto de virada significativo. Segundo o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea), a demanda de aço na China está atingindo seu pico, oferecendo uma oportunidade significativa para reduzir as emissões nos próximos 10 anos.
Enquanto o mundo enfrenta eventos climáticos extremos, como os verões intensamente quentes e as chuvas torrenciais que têm assolado a China, a aceleração no desenvolvimento de energias renováveis pelo país pode representar um passo crucial na mitigação da crise climática global.