SÃO PAULO (Reuters) – A Eletrobras e a Suzano firmaram um acordo inovador para desenvolver soluções sustentáveis, focando na produção de hidrogênio renovável e e-metanol. As empresas irão explorar a viabilidade de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos, utilizando CO2 biogênico do processo produtivo de celulose da Suzano.
Esse CO2, gerado a partir da queima de biomassa e licor negro, pode ser capturado e combinado com hidrogênio renovável, produzido por eletrólise da água, para criar combustíveis sintéticos e limpos. Segundo as empresas, essa rota de produção tem um potencial significativo e escalabilidade.
Uma das soluções mais promissoras é o e-metanol, visto como uma alternativa para descarbonizar o setor de transportes e logística. Paulo Squariz, diretor de Energia da Suzano, destacou que a produção de e-metanol poderia substituir combustíveis fósseis na indústria marítima, impulsionando a transição energética e a descarbonização global. Ítalo Freitas, vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, afirmou que o acordo visa atender à crescente demanda por hidrogênio de baixo carbono no mercado nacional e internacional.
A Eletrobras, maior companhia de energia da América Latina, está ampliando seus investimentos em soluções verdes, utilizando seu parque gerador hidrelétrico para oferecer energia renovável competitiva. Recentemente, a empresa assinou memorandos de entendimento com diversas companhias, como Prumo, Green Energy Park e Paul Wurth, para avançar em estudos sobre hidrogênio verde.
A Suzano, líder mundial na produção de celulose, é também uma grande geradora de energia renovável a partir da biomassa. A companhia possui uma capacidade instalada de 1,3 GW, que aumentará para 1,7 GW com a nova fábrica de celulose em construção em Ribas do Rio Pardo (MS).
Com a aprovação de um marco legal para o hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil, a instalação de uma indústria para a produção de hidrogênio renovável em escala comercial é cada vez mais viável. O Senado aprovou um projeto de lei com incentivos fiscais e financeiros de R$ 18,3 bilhões, que ainda aguarda apreciação da Câmara.