O mercado de energia solar no Brasil vive um momento de efervescência com a aceleração da geração distribuída (GD), que permite a produção de eletricidade tanto no local de consumo quanto em áreas próximas. Esta modalidade, centrada nos sistemas fotovoltaicos, está prestes a gerar uma economia líquida superior a R$ 84,9 bilhões para os consumidores brasileiros até 2031. Este cenário otimista é embasado por um estudo recente da consultoria Volt Robotics, encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Em maio deste ano, a potência instalada dos sistemas fotovoltaicos próprios superou a marca de 29 gigawatts (GW), impactando positivamente mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras no país. Esse avanço reflete o aquecimento do mercado e a proliferação de negócios envolvendo climatechs e enertechs, que encontram um terreno fértil para expansão e inovação.
Um exemplo dessa dinâmica é a parceria expandida entre a Lemon Energia e a IVI Energia, recentemente integrada ao portfólio da Brookfield. Com promessas de investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão para o próximo ano, a IVI Energia planeja fortalecer sua atuação no segmento de usinas solares de menor porte, com um objetivo de alcançar uma capacidade de 300 MWp.
A Lemon Energia, por sua vez, gerencia atualmente 11 usinas solares e tem visto um crescimento expressivo em sua base de clientes, que já ultrapassou 10 mil, focando principalmente em micro e pequenas empresas nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Esta expansão é um reflexo direto dos benefícios proporcionados pela geração distribuída, que, segundo a Volt Robotics, oferece uma economia média de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh), uma vantagem significativa sobre a tarifa residencial média de R$ 729 por MWh.
Os desenvolvimentos não se limitam a empresas emergentes. A Sun Mobi, que atua desde 2017 na geração compartilhada de energia solar, também relata um crescimento robusto. Com usinas próprias em São Paulo e Paraná, a empresa atende consumidores em centenas de municípios, provendo energia verde e econômica sem a necessidade de investimento em infraestrutura própria.
Este cenário promissor é também um vetor de sustentabilidade, como mostra o investimento acumulado de aproximadamente R$ 142,5 bilhões em tecnologia fotovoltaica desde 2012, gerando mais de 870 mil empregos verdes e contribuindo com mais de R$ 42,3 bilhões aos cofres públicos.
Com o suporte de dados robustos e a promessa de continuidade no avanço da tecnologia fotovoltaica, o Brasil se posiciona como um líder em potencial na transição energética global, consolidando a geração própria solar como uma solução tanto econômica quanto ambientalmente sustentável.