O setor de energia solar fotovoltaica no Brasil está se expandindo rapidamente, com um aumento no número de lares, negócios e propriedades agrícolas que estão optando por essa fonte de energia limpa e sustentável. Contudo, com o crescimento das instalações, surgem também preocupações relacionadas à segurança dos sistemas, especialmente no que diz respeito aos riscos de incêndio. Nesse contexto, o dispositivo AFCI (Interruptor de Circuito contra Arcos Elétricos) se torna relevante como um elemento essencial para assegurar a proteção de pessoas e bens.
Neste artigo, explicaremos o que é a proteção AFCI e como você pode ativá-la em seus inversores.
Índice
O que é AFCI e como ele protege seu sistema fotovoltaico?
O AFCI é um dispositivo protetor que identifica e interrompe falhas de arco, um tipo de curto-circuito que pode gerar calor excessivo e provocar incêndios. Ao contrário dos disjuntores convencionais, que atuam apenas em casos de sobrecargas ou curtos-circuitos diretos, o AFCI consegue detectar arcos elétricos, que são descargas elétricas que acontecem quando a eletricidade “salta” entre condutores ou de um condutor para o chão. Essas falhas podem ser ocasionadas por vários fatores, como:
- Danos nos fios: isolamento deteriorado, cortes ou rachaduras nos condutores;
- Conexões soltas ou mal realizadas: terminais frouxos, emendas inadequadas ou oxidação nas ligações;
- Presença de roedores: esses animais podem roer os fios, danificando o isolamento e expondo os condutores;
- Degradação natural dos materiais: ao longo do tempo, os componentes do sistema podem sofrer desgaste e deterioração, aumentando a probabilidade de falhas.
O AFCI realiza uma monitorização constante do circuito elétrico, analisando a forma da onda da corrente. Quando detecta uma falha de arco, ele interrompe imediatamente o fluxo de energia em milissegundos, prevenindo o superaquecimento e a ignição de materiais inflamáveis.
Essa resposta rápida é essencial para evitar incêndios, principalmente em sistemas fotovoltaicos instalados em telhados ou próximos a materiais combustíveis.
A importância da proteção AFCI para a segurança
Os arcos são uma das principais causas de acidentes em sistemas fotovoltaicos no Brasil, sendo fundamentais para a prevenção de incêndios. Eles também podem causar choques elétricos e danos significativos aos componentes, resultando em perdas patrimoniais de grande escala.
As partículas quentes emitidas por arcos elétricos podem acumular-se, incendiando a camada isolante ao redor dos cabos e conexões, o que pode resultar em incêndios elétricos ou no derretimento dos componentes.
Normativas sobre a proteção AFCI
Dada sua relevância para a segurança, o INMETRO determinou que a instalação de dispositivos de proteção contra interrupção de arco elétrico em inversores que excedam 120V e 20A de corrente de entrada é obrigatória. Esta normativa entrou em vigor no dia 1º de dezembro de 2023, com um prazo de 12 meses para os fabricantes de inversores fotovoltaicos se adequarem.
Tipos de AFCI e suas vantagens
No mercado, existem diversos tipos de AFCI, cada uma com suas especificidades e usos:
- AFCI embutido no inversor: nesse modelo, o AFCI já está integrado ao inversor, o que facilita a instalação e diminui os custos. Essa é a opção mais usual e indicada para sistemas fotovoltaicos em residências e negócios;
- AFCI separado: este é um dispositivo autônomo, que pode ser usado junto a inversores que não têm AFCI embutido. Essa alternativa é mais comum em sistemas maiores ou em situações de retrofit, em que a troca do inversor não é uma opção viável.
Não importa qual tipo de AFCI seja selecionado, é crucial assegurar que ele cumpra as normas do Inmetro e seja instalado de forma adequada por profissionais capacitados.
Comercialização de inversores sem AFCI após 1º de dezembro de 2024
A partir de 1º de dezembro de 2024, a fabricação de inversores sem AFCI será vetada no Brasil. É crucial que os integradores se informem sobre essa mudança e se organizem para adquirir inversores que estejam em conformidade com a nova norma.
Entretanto, é necessário destacar que, apesar da proibição da fabricação e importação de inversores sem AFCI após essa data, a portaria não estabelece prazos específicos para a venda dos estoques já existentes. Isso implica que inversores sem AFCI poderão continuar sendo comercializados até o término dos estoques.
Conforme aponta a advogada Juliana de Oliveira (OAB/SC 32.906), após o prazo de adequação, empresas que fabricarem ou importarem inversores sem AFCI estarão sujeitas às sanções previstas na Lei 9.933 de 1999, as quais incluem advertência, multa, interdição, apreensão, suspensão e cancelamento do registro.
A segurança nas instalações fotovoltaicas é essencial e deve sempre ser a prioridade máxima de qualquer integrador. A exigência do AFCI representa um avanço significativo na proteção de pessoas e bens; além disso, o uso de inversores com essa tecnologia proporciona maior segurança e beneficia o desempenho do sistema.
A Portaria 515/2023 simboliza um progresso na regulamentação do setor solar no Brasil. Os integradores que se adaptarem rapidamente às novas diretrizes estarão melhor preparados para enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades desse mercado.
Conclusão
E você, integrador, está por dentro de tudo que vem acontecendo no setor de energia solar? É fundamental se manter atento às mudanças legislativas e também as tendências do mercado. Além disso, é importante estar sempre buscando evolução e uma melhor prestação de serviço.
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