À medida que a geração distribuída se expande, os inversores com tecnologia zero grid ganham destaque no mercado nacional. Essa popularidade se deve ao fato de, nos últimos meses, serem emitidos frequentemente orçamentos de conexão que indicam uma reversão no fluxo de potência da rede.
LEIA MAIS: Inversão de fluxo de potência na geração de energia solar
Dessa forma, torna-se muito importante implementar uma solução que geralmente limite a injeção de energia na rede de distribuição.
Os inversores grid zero surgiram como uma solução viável para suprir essa demanda de mercado. Eles permitem que seja programada a injeção na rede de distribuição ou, em combinação com um sistema on-grid, que a injeção não exceda um limite de potência específico.
Índice
O que é zero grid?
Para aumentar os benefícios da energia solar, não basta apenas instalar painéis fotovoltaicos de alta confiabilidade, eficiência e garantia; é também fundamental monitorar a quantidade de energia produzida para avaliar a sustentabilidade econômica do consumo.
Nesse sentido, o sistema zero grid, isento de taxas e restrições associados à rede elétrica pública, assume uma importância ainda maior. Ele funciona como um gerador no sistema de conversão de energia solar em elétrica, armazenando a energia produzida para evitar sua distribuição na rede e redirecionando o excedente para outros usos, como outra residência.
Entre suas principais vantagens, destacam-se:
- Possibilidade de fornecer energia elétrica para micro redes.
- Custo reduzido a longo prazo.
- Qualidade e estabilidade na produção de energia.
- Independência da rede elétrica pública.
- Redução do impacto ambiental.
A questão mais frequente sobre essa tecnologia é como gerenciar o grid zero junto a distribuidora de energia. É necessário homologar o projeto?
Orientações da ANEEL sobre o zero grid
É importante saber que o inversor zero grid não cria um sistema off-grid; ele usa a rede como referência para parametrização e operação, descartando a ideia de que não é necessário interagir com a distribuidora de energia.
Diante da omissão da Lei 14.300/2022 e da Resolução Normativa 1000/2021 sobre essa tecnologia, a ANEEL, através do Ofício 0149/2022, esclareceu que, se não houver injeção de energia na rede pelo sistema grid zero, ele não será parte do Sistema de Compensação de Energia Elétrica e será classificado como uma central geradora de capacidade reduzida até 5 MW.
A instalação desse inversor se assemelha à de um gerador operando em paralelo com a rede, exigindo a observância das normas e proteções da distribuidora ao projetar o sistema. Após a instalação, é necessário registrar o sistema junto à ANEEL, processo que envolve o preenchimento de um formulário online.
Grid Zero: Homologar é necessário
Para aproveitar as vantagens do inversor zero grid, além das orientações da ANEEL, é importante considerar as particularidades da sua área de concessão. Embora o processo de homologação possa ser difícil no início devido ao desconhecimento da tecnologia pelo corpo técnico da distribuidora, concessionárias como a CPFL Paulista estão atualizando suas normativas para incluir disposições específicas sobre o tema, enfatizando a importância de manter-se informado sobre essas normas.
Observações importantes
Vale a pena atentar para o fato de que não existe um sistema solar fotovoltaico zero grid. Essa expressão “zero grid” diz respeito a uma estratégia utilizada para realizar o controle de exportação de energia para a rede elétrica da concessionária.
Também vale perceber que apesar da nomenclatura “zero grid”, não necessariamente a utilização dessa estratégia irá zerar a energia injetada na rede. Ela pode ser usada para limitar a quantidade de energia injetada na rede e assim poder evitar as alegações da concessionária de inversão de fluxo de potência. Conseguindo se adequar às limitações da rede.
Temos um vídeo em nosso canal que fala sobre esse tema de forma dinâmica, para assistir é só dar o play aqui abaixo:
Conclusão
A utilização da estratégia de Zero grid pode ser uma solução temporária para conseguir a homologação de sistemas fotovoltaicos em regiões onde as concessionárias vêm alegando inversão de fluxo. Além disso, é uma estratégia muito inteligente para conseguir utilizar a energia solar fotovoltaica em sua residência e até para poder apresentar como solução aos seus clientes.
Comenta aqui embaixo o que acha dessa estratégia e se você já utilizou em alguma instalação que você fez.