A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou os resultados de 2024 sobre a continuidade no fornecimento de energia elétrica em todo o Brasil. Os dados mostram avanços na qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras, com queda nos indicadores de duração e frequência de interrupções, além de maior volume de compensações financeiras pagas aos consumidores.
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Menos tempo e menos quedas de energia
De acordo com os indicadores apurados, os brasileiros ficaram menos tempo sem energia em 2024. O DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) caiu para 10,24 horas no ano, uma redução de 1,7% em relação a 2023 (10,42 horas). Já o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção) também melhorou, passando de 5,15 para 4,89 interrupções por consumidor, uma queda de 5%.
Assim, esses avanços refletem o esforço contínuo da ANEEL em garantir melhorias, por meio de novas exigências nos contratos de concessão, compensações automáticas, fiscalizações mais rigorosas e limites cada vez mais exigentes para os indicadores.

Mais compensações para os consumidores
Assim, outro destaque do levantamento é o aumento no valor total de compensações pagas pelas distribuidoras aos consumidores que enfrentaram falhas no fornecimento. Em 2024, o montante chegou a R$ 1,122 bilhão, superando os R$ 1,080 bilhão registrados em 2023.
Além disso, o número de compensações subiu de 22,3 milhões para 27,3 milhões. Vale lembrar que esses valores são descontados automaticamente na fatura, sem necessidade de solicitação por parte do consumidor.
A ANEEL explicou que a queda no número de compensações entre 2021 e 2022 se deve a uma mudança na regulação, que passou a privilegiar os consumidores mais prejudicados, aumentando o valor individual pago em média em até quatro vezes.

Ranking das melhores e piores distribuidoras do Brasil
Assim, a ANEEL avaliou todas as concessionárias do país entre janeiro e dezembro de 2024, dividindo-as em dois grupos:
- Grandes distribuidoras (mais de 400 mil unidades consumidoras)
- Distribuidoras de menor porte (até 400 mil unidades consumidoras)
Grandes distribuidoras – Destaques positivos
- 1º lugar: CPFL Santa Cruz (SP)
- 2º lugar (empate): Energisa Paraíba (PB) e Energisa Rondônia (RO)
Entre as que mais melhoraram, estão:
- Neoenergia Brasília (DF): subiu 9 posições
- CPFL Paulista (SP): subiu 7 posições
- Neoenergia Elektro (SP): avançou 3 posições
Grandes distribuidoras – Maiores quedas
- ENEL RJ (RJ)
- ENEL CE (CE)
- RGE (RS)
Todas caíram 6 posições no ranking em relação a 2023.
Distribuidoras de menor porte – Melhores colocadas
- 1º lugar: Pacto Energia (PR)
- 2º lugar: Empresa Força e Luz João Cesa (SC)
- 3º lugar: Muxenergia (RS)
As que mais subiram foram:
- CHESP (GO): 6 posições acima
- UHENPAL (RS): 2 posições acima
Distribuidoras de menor porte – Piores quedas
- ELETROCAR (RS): caiu 5 posições
- ELFSM (ES) e DEMEI (RS): recuaram 4 posições cada

Novos retornos ao ranking
O ranking de 2024 marcou o retorno de distribuidoras que estavam excluídas por motivos regulatórios. Voltaram a ser avaliadas:
- Energisa Rondônia (ERO)
- Energisa Acre (EAC)
- Equatorial Piauí (EQTL PI)
Essas empresas saíram do regime de designação e passaram a ser avaliadas pelos critérios regulares da ANEEL, com metas decrescentes.
Além delas, Pacto Energia (PR) também retornou ao ranking após regularizar sua certificação ISO 9000.
Por outro lado, Amazonas Energia, CEA, Equatorial Alagoas e Roraima Energia permanecem fora do ranking por ainda operarem sob limites de indicadores flexibilizados.
Transparência e pressão por melhorias
Assim, desde 2012, a ANEEL publica esse ranking com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), que compara o desempenho real das distribuidoras frente aos limites regulatórios de DEC e FEC.
Assim, a iniciativa é uma ferramenta poderosa de transparência e incentivo à melhoria contínua, ajudando consumidores, investidores e o próprio setor a acompanhar quem realmente entrega um serviço de qualidade.