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Instalação de placas solares ficará mais cara com imposto e consumidores podem pagar o preço
O setor de energia solar no Brasil enfrenta uma mudança que promete balançar o mercado: o aumento do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, de 9,6% para 25%. A medida, deliberada na última segunda-feira (11) pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), ainda aguarda publicação no Diário Oficial da União, mas já gera preocupações entre consumidores e empresas do setor.
Esse ajuste tributário deve elevar o custo final de instalações solares em até 10%, segundo Lucas Melo, CEO da SunPlena Energia. “O kit fotovoltaico tem as placas como seu componente principal, representando 50% a 60% do preço total. Quando o estoque atual acabar, o consumidor sentirá o impacto, mas isso não inviabiliza o investimento”, garante Melo.
Apesar do aumento, especialistas apontam que a mudança deve provocar uma “corrida” por instalações antes que os novos preços entrem em vigor. Daniel Queiroz, diretor técnico do Sindienergia-CE, acredita que a medida pode até impulsionar vendas no curto prazo: “Clientes em dúvida tendem a tomar a decisão rapidamente para aproveitar os preços antigos.”
Imposto e Impactos no retorno do investimento
Além do aumento de preços, o prazo para o retorno do investimento também será ampliado. Melo explica que, em média, projetos solares no Brasil se pagam em dois anos. Com o aumento do imposto, esse período pode crescer em dois ou três meses, mas ainda permanece atrativo frente ao custo da energia convencional.
Reação do mercado e críticas ao governo
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) classificou a decisão como um “retrocesso” que ameaça a transição energética do país. Segundo a entidade, a medida coloca em risco mais de 25 GW em projetos e R$ 97 bilhões em investimentos até 2026, podendo levar a cancelamentos e estagnação de novos empreendimentos.
Queiroz também destaca que a mudança vai na contramão de metas climáticas globais e do processo de descarbonização, pilares dos acordos internacionais assinados pelo Brasil. “Espero que essa decisão seja reavaliada em breve”, afirmou.
Corrida contra o relógio
Para consumidores que buscam fugir do impacto financeiro, o momento é decisivo. Empresas do setor já observam aumento na demanda por orçamentos e fechamentos de contratos. A janela de oportunidade, no entanto, pode ser curta, com estoques antigos se esgotando rapidamente.
Se você está planejando investir em energia solar, talvez esta seja a hora de aproveitar antes que o sol fique mais caro.