Mauricio Tolmasquim, diretor de Sustentabilidade da Petrobras, destacou que o Brasil tem um potencial significativo para expandir sua capacidade de energia solar em até 100 vezes. Atualmente, a capacidade instalada nacional é de 30 gigawatts (GW), mas Tolmasquim enfatizou que esse número pode aumentar consideravelmente. Além disso, ele apontou que a capacidade de energia eólica também pode ser multiplicada em 25 vezes, especialmente considerando o potencial em terra (onshore), e há um enorme potencial adicional em alto-mar (offshore).
Tolmasquim destacou que o Brasil possui não apenas recursos abundantes em energia renovável, mas também alta qualidade nesses recursos. Ele mencionou que, devido ao fator de capacidade mais alto, um aerogerador instalado no Brasil pode gerar o dobro de energia em comparação com um similar na Europa.
O diretor ressaltou a importância de marcos regulatórios para o desenvolvimento de novos empreendimentos, como parques eólicos offshore. Ele explicou que a Petrobras aguarda um marco regulatório claro para considerar entrar nesse mercado. Tolmasquim enfatizou que a viabilidade dos empreendimentos depende não apenas da legislação, mas também da demanda e da organização dos leilões para concessão das áreas.
Tolmasquim afirmou que o Brasil está em uma posição de destaque na transição para energia renovável. Ele destacou que a produção renovável doméstica é de cerca de 50%, somando geração elétrica e combustíveis, em comparação com uma média global de 15%. Em relação à geração de eletricidade renovável, o Brasil ultrapassou os 90% em 2023, enquanto a média mundial é de 30%.
O diretor também mencionou o potencial do hidrogênio verde como um negócio promissor no médio prazo. Ele enfatizou que o Brasil tem recursos para produzir hidrogênio verde de forma competitiva, especialmente para atender à demanda europeia por produtos sustentáveis. Tolmasquim também destacou o potencial do hidrogênio verde no setor de aviação, onde está aumentando a demanda por combustíveis sustentáveis. Ele sugeriu que o Brasil poderia exportar hidrogênio verde para a Europa inicialmente, mas também poderia desenvolver um mercado interno robusto se os custos diminuírem conforme o esperado.