A China anunciou novos e ambiciosos projetos para expandir sua capacidade de energia renovável, reforçando sua meta de atingir o pico das emissões de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2060. No entanto, a dependência do carvão ainda é um grande obstáculo nessa transição.
O plano foi revelado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), que destacou a construção de gigantescos parques eólicos offshore e bases de energia renovável em áreas desérticas. Além disso, o país pretende implantar uma linha de transmissão direta para levar eletricidade do Tibete a Hong Kong, Macau e Guangdong.
Mas nem tudo são boas notícias. A China também aposta na construção de uma polêmica hidrelétrica no rio Yarlung Tsangpo, no Tibete. Gerando preocupações na Índia sobre os impactos na disponibilidade de água. Além disso, o relatório da NDRC revelou que o país seguirá expandindo sua produção de carvão até 2025, mesmo enquanto testa tecnologias de baixo carbono em usinas térmicas.
Assim a transição energética ainda enfrenta desafios internos. Apesar da rápida expansão das renováveis, a eficiência energética do país não tem melhorado no ritmo esperado. Em 2023, a redução das emissões de carbono por unidade de crescimento econômico ficou abaixo das metas. Pressionada pelo aumento do consumo de energia e por eventos climáticos extremos.
Assim, especialistas alertam que, sem um esforço mais agressivo para reduzir o uso de combustíveis fósseis, a China pode ter dificuldades em cumprir suas promessas climáticas. Nos próximos anos, o equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade será o grande teste para a estratégia ambiental do país.