Imagine uma comunidade onde, mesmo sem energia elétrica, as noites são iluminadas – e a segurança é mantida. A ocupação Anchieta, no Grajaú, zona sul de São Paulo, vive essa realidade. Lá, eles contam com postes solares movidos a energia solar para enfrentar a falta de iluminação pública. Enquanto boa parte da cidade ficou no escuro durante os recentes apagões, a ocupação continuou iluminada com os postes solares.
A ocupação, que começou em 2013 e abriga cerca de 7.000 pessoas, incluindo 1.700 crianças, enfrenta desafios de infraestrutura: ruas não demarcadas, terrenos irregulares e ausência de luz pública. Mas, desde o início do ano, 82 postes solares, montados em oficinas com os próprios moradores, iluminam a área. Feitos de PVC, equipados com uma placa solar, bateria e lâmpada de LED, os postes acendem ao anoitecer e apagam ao amanhecer. Oferecendo um alcance de até 10 metros de luz.
Assim, a iniciativa, do Instituto Camargo Corrêa em parceria com a ONG Litro de Luz, capacita moradores para montar e manter os postes, trazendo autonomia à comunidade. “Os postes fizeram uma grande diferença”, afirma Lucas Prado, gerente de projetos da Litro de Luz. Para Léia Ely, moradora há mais de dez anos, a segurança noturna melhorou significativamente. “Mesmo no apagão, as crianças puderam brincar na rua e quem foi à igreja voltou em segurança.”
Na ocupação Anchieta, a energia vem do sol – uma solução sustentável que traz luz e tranquilidade, onde antes havia escuridão e insegurança.