Cortes de energia renovável geram prejuízo bilionário

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Um estudo da consultoria Volt Robotics revelou um cenário preocupante para o setor de energia renovável no Brasil. Em 2024, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinou a interrupção da geração de 1.445 usinas solares e eólicas. As perdas financeiras ultrapassaram R$ 1,6 bilhão, enquanto mais de 14,6 TWh médios de energia deixaram de ser utilizados.

Assim, o Nordeste sofreu o maior impacto, acumulando 330 mil das 400 mil horas de geração interrompidas. Entre os estados mais afetados estão Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

Energia renovável: Por que essas usinas estão sendo desligadas?

A maior parte das interrupções (65%) ocorreu devido a falhas na infraestrutura elétrica. Entre os principais problemas estão atrasos em obras, falta de capacidade na transmissão e manutenções emergenciais. Apenas 35% dos cortes aconteceram por excesso de oferta em relação à demanda, argumento frequentemente usado pelo ONS. De acordo com a Volt Robotics, esse desequilíbrio ocorre principalmente nos finais de semana, quando o consumo diminui.

Essas restrições reduziram a receita dos geradores, levando muitas empresas a buscar na justiça uma compensação financeira. Associações como a ABEEólica e a ABSOLAR entraram com ações contra a ANEEL, solicitando o ressarcimento total dos valores perdidos. Embora a justiça tenha concedido uma liminar em dezembro, a decisão foi revogada em janeiro.

Assim, na semana passada, a Elera Renováveis, subsidiária da Brookfield Renewable, conseguiu uma nova liminar para evitar prejuízos milionários em nove usinas do Complexo Solar Alex, no Ceará. Com isso, a empresa garantiu a manutenção da sua receita de venda de energia, impedindo um impacto financeiro estimado em R$ 46 milhões. Esse valor representa mais de 30% do faturamento anual das usinas.

Investimentos ameaçados e fuga de capital

Diante desse cenário, grandes empresas como Engie e EDP já avaliam reduzir seus investimentos no Brasil. Além disso, a Rio Alto entrou com uma ação judicial para se proteger de credores, alegando dificuldades financeiras causadas pelos cortes de energia.

“A compensação às usinas é essencial. Além de ser um direito legal, ela garante previsibilidade ao mercado. Sem isso, o país pode enfrentar fuga de capital, desinvestimento e perda de empregos”, alertou Donato Filho, CEO da Volt Robotics.

Possíveis soluções para reduzir os cortes

Assim, especialistas sugerem algumas medidas emergenciais para mitigar o problema. Uma delas é a proposta da ANEEL de distribuir os cortes de forma mais equilibrada entre todas as usinas renováveis. Dessa forma, o impacto não ficaria concentrado em um grupo específico de empreendimentos.

Outra solução envolve acelerar as obras de transmissão para ampliar a capacidade da rede elétrica. Além disso, tornar o despacho das termelétricas mais flexível pode ajudar a priorizar as fontes renováveis, reduzindo os custos operacionais.

Mudanças no consumo de energia também fazem parte das alternativas. A criação de tarifas inteligentes, com preços reduzidos nos horários de maior disponibilidade de energia renovável, estimularia um uso mais equilibrado ao longo do dia. Esse modelo já está em discussão entre a ANEEL e distribuidoras de energia.

Se nada for feito, o Brasil continuará desperdiçando energia limpa e acessível. Além disso, bilhões de reais em investimentos podem ser comprometidos, ameaçando o crescimento das energias renováveis no país.

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