Imagine ter bilhões de reais em energia limpa prontos para uso, mas simplesmente deixá-los escapar. Nos últimos dois anos, cortes realizados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) nas grandes usinas solares e eólicas geraram um prejuízo impressionante: R$ 1 bilhão em energia desperdiçada. Esses cortes, iniciados em 2021, surgiram como uma tentativa de estabilizar o sistema após um apagão que atingiu quase todo o Brasil.
A justificativa? Evitar que o sistema entre em colapso devido a falhas em equipamentos, levando o ONS a operar de forma mais conservadora. No entanto, a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) alerta que esses cortes evidenciam a necessidade urgente de reforçar a infraestrutura elétrica do país, investindo em novas linhas de transmissão e tecnologias para armazenar a energia renovável que, no Brasil, é gerada em abundância.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, defende que a energia solar é uma peça fundamental para a economia brasileira e a transição energética. Segundo ele, ampliar a geração solar ajudaria a criar empregos verdes, aliviar o bolso das famílias e impulsionar a competitividade do Brasil no cenário global.
Com mais de 15 GW de potência operacional, as usinas solares estão espalhadas por todo o Brasil, especialmente no Nordeste, que lidera em capacidade instalada. O país possui um dos melhores recursos solares do planeta, com potencial para desenvolver o hidrogênio verde mais barato do mundo e novas tecnologias, como o armazenamento de energia e os veículos elétricos.
A questão é: quanto mais energia limpa precisaremos desperdiçar até que soluções sustentáveis entrem em cena?
