Energia barata, conta alta: Entenda a percepção de Tarifas caras no Brasil

Tarifas

TARIFAS_ Um relatório recente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revela que os custos econômicos das fontes renováveis no Brasil, como hidrelétrica, eólica, solar e biomassa, são significativamente inferiores à média mundial. De fato, os valores máximos brasileiros são menores que os mínimos globais, conforme dados das agências internacionais IEA, IRENA e NREL. Além disso, os consumidores residenciais no Brasil, sem impostos, pagam em média 66% do valor total dispendido pelos europeus.

Então, por que muitos brasileiros ainda percebem as tarifas de energia como caras? A primeira razão é a conversão de tarifas em dólar ou euro, que, devido à taxa de câmbio, faz com que as tarifas brasileiras pareçam mais baixas. Outra razão importante é a desconsideração do nível de renda da população nessa comparação.

Para uma análise mais precisa, um levantamento da IEA foi utilizado para medir a participação das despesas energéticas domésticas (incluindo eletricidade e outros energéticos, como gás) no rendimento médio das famílias. Nesse comparativo, o Brasil ocupa o segundo lugar, com 6,8% da renda familiar destinada a despesas energéticas, ficando atrás apenas da Itália, com 7,2%. A situação é ainda mais grave quando se considera que as tarifas podem variar mais de 40% (ANEEL) e, com a desigualdade de renda no país, esse valor pode ser significativamente maior para os consumidores de menor renda.

A tarifa de energia no Brasil é composta por vários custos: geração, transmissão, distribuição, encargos e impostos. Historicamente, a transmissão representa entre 8% a 9% dos custos, sendo essencial para acessar fontes mais baratas. A distribuição, que era 38% da tarifa em 2010, caiu para 30% em 2024, com custos auditados e regulados pela ANEEL. No entanto, os encargos, que incluem subsídios, chegaram a 18% do valor final da tarifa e continuam a subir.

Embora a nova geração de energia no Brasil seja uma das mais baratas do mundo – com leilões de energia nova em 2022 contratando eólicas e solares a menos de R$ 180/MWho custo final ao consumidor é cerca de 50% maior (R$ 272/MWh). Esse valor elevado inclui o pagamento pela segurança do sistema e diversas ineficiências, como o repasse de custos não vinculados à operação da usina de Itaipu, contratos de até 30 anos indexados à inflação, contratação de fontes caras apesar de alternativas mais baratas, e a geração termelétrica compulsória, que resulta no desperdício de recursos naturais como água e vento.

Esse panorama revela que, apesar dos baixos custos de geração de energia no Brasil, fatores como encargos elevados, ineficiências sistêmicas e desigualdade de renda contribuem para a percepção de tarifas caras entre os consumidores brasileiros.

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