Você sabia que usinas solares estão ajudando a triplicar a população de abelhas e outros insetos essenciais para a polinização? Um estudo do Argonne National Laboratory (ANL), nos EUA, revelou que a combinação entre painéis solares e agricultura — a chamada agrovoltaica — cria ambientes perfeitos para a recuperação de polinizadores. Em áreas onde os painéis são instalados, livres de agrotóxicos e com sombras que preservam o habitat natural, as abelhas prosperam, aumentando em até três vezes sua população.
Além de gerar energia limpa, as usinas solares estão contribuindo diretamente para a biodiversidade. Os insetos, responsáveis por 80% da polinização mundial, também ajudam a controlar pragas, reduzindo o uso de químicos na agricultura e tornando o processo mais sustentável. Lee Walston, ecologista que liderou o estudo, explica que a energia solar, quando planejada estrategicamente, pode ser uma aliada crucial para proteger os polinizadores e melhorar a produção agrícola.
Aqui no Brasil, a EDP, por meio do projeto BeeVolt, está à frente de uma iniciativa que une a geração de energia solar e a proteção das abelhas nativas. Em uma de suas usinas solares no interior de São Paulo, a empresa instalou um meliponário com o objetivo de preservar abelhas da espécie Mandaçaia, fundamentais para o equilíbrio ecológico. Com 20 colmeias ativas e previsão de expansão para 100, o projeto não só apoia a preservação, mas também gera renda local por meio da produção de mel.
Segundo Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul, essa ação vai além da energia renovável. Ela promove a biodiversidade e capacita a comunidade, demonstrando como uma transição energética justa pode beneficiar tanto as pessoas quanto o meio ambiente.