A tensão entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia (MME) aumenta após acusações de erro nas previsões tarifárias. Fernando Mosna, diretor da Aneel, criticou o ministério por um “erro grosseiro” ao estimar que a antecipação de pagamentos dos empréstimos das Contas Covid e Escassez Hídrica reduziria as tarifas de energia em 3,5%. De acordo com Mosna, a análise técnica da Aneel mostra que o impacto real será de apenas 0,02%, uma diferença que causou indignação na agência.
Em resposta, o ministro Alexandre Silveira acusou a Aneel de agir lentamente, especialmente diante dos recentes apagões em São Paulo. Mosna defendeu a agência, afirmando que todas as decisões seguem critérios técnicos rigorosos. Segundo ele, o benefício previsto para os consumidores é de R$ 46,5 milhões, bem abaixo dos R$ 510 milhões estimados pelo governo.
Análise da Aneel revela um cenário complexo: enquanto 50 distribuidoras devem obter vantagens com a medida, outras 53 poderão ter aumento nas tarifas de energia. Diante disso, Mosna sugeriu que órgãos de controle investiguem possíveis falhas nas políticas do MME, o que intensificou o impasse.
Por conta desse atrito, a votação sobre a consulta pública permanece suspensa e só será retomada após a nomeação de um novo diretor para a Aneel. Até o momento, o MME não comentou o caso, deixando as incertezas sobre as tarifas e o setor elétrico ainda mais evidentes.