Em webinário promovido pelo Canal Solar na última terça-feira (20), o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos) alertou os profissionais do setor de energia solar sobre a necessidade de se mobilizarem para combater narrativas distorcidas que podem impactar negativamente o futuro da micro e minigeração distribuída fotovoltaica no Brasil. Durante o evento, o parlamentar destacou a disseminação de fake news relacionadas ao setor elétrico e afirmou que tais informações têm gerado dúvidas sobre os benefícios proporcionados pela energia solar.
Lafayette ressaltou a complexidade da regulação do setor elétrico, o que torna difícil para a maioria das pessoas compreenderem plenamente o assunto. Essa falta de compreensão tem resultado em narrativas desfavoráveis à micro e minigeração no Brasil, com o objetivo de gerar incertezas tanto na população em geral quanto entre os deputados.
Um exemplo recente mencionado pelo deputado foi o ofício encaminhado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ao Ministério de Minas e Energia (MME), solicitando o veto ao uso de sistemas de energia solar no programa Minha Casa, Minha Vida. A ANEEL defendeu a posição das distribuidoras de energia, alegando que a implementação de sistemas solares no programa habitacional resultaria em um aumento de mais de R$ 1 bilhão na conta de luz dos brasileiros.
Apesar de a ANEEL não ter divulgado publicamente os cálculos que embasaram essa afirmação, ela foi amplamente disseminada por grandes veículos de comunicação, criando a percepção de que a inserção da energia solar no programa habitacional poderia ter impactos negativos.
Outro ponto discutido no webinário e que afeta diretamente o setor de micro e minigeração distribuída é a tramitação do Projeto de Lei (PL) 1292/2023, de autoria do deputado Lafayette. Ele destacou que a proposta tem sido alvo de críticas baseadas em uma compreensão inadequada de vários atores do setor elétrico, resultando em desinformação para a população.
Lafayette ressaltou que as narrativas negativas sobre o setor de energia solar impactam diretamente o trabalho dos deputados, mesmo aqueles que são favoráveis ao crescimento dessa fonte no país. O deputado compartilhou uma experiência recente em que alguns colegas o alertaram sobre possíveis prejuízos ao consumidor em relação ao seu projeto, mesmo sendo favoráveis à energia solar.
Diante dessa realidade, o deputado destacou duas formas de mobilização para o setor solar. A primeira envolve as associações do setor solar, juntamente com ele e outros deputados favoráveis à energia solar, realizarem um trabalho de conscientização junto aos demais parlamentares da Câmara dos Deputados. O objetivo é fornecer informações claras e esclarecer eventuais dúvidas.
A segunda forma de mobilização é direcionada aos profissionais do setor solar, os quais devem entrar em contato com seus deputados conhecidos e fazer um apelo para que eles defendam as pautas do setor em conjunto com suas lideranças. Lafayette enfatizou que, de maneira geral, os parlamentares são favoráveis à energia solar e outras fontes limpas, mas há focos de rejeição que, com suas narrativas, acabam criando receio dentro da Câmara dos Deputados.
A preocupação do deputado Lafayette de Andrada reflete a importância de combater informações falsas e distorcidas que possam prejudicar o crescimento e desenvolvimento da micro e minigeração distribuída fotovoltaica no Brasil. A mobilização dos profissionais do setor solar, em conjunto com os deputados comprometidos com essa fonte de energia renovável, é fundamental para garantir um futuro sustentável e promissor para essa indústria.