Segundo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil nunca vai ser integrante efetivo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), mas sim, observador. Segundo ele, não há contradição em defender o meio ambiente e ser observador do grupo, na Opep+.
“O observador vai para ouvir e dar palpite. Por que é importante o Brasil participar? O Brasil é observador do G7. […] Nós convidamos para o Mercosul observadores. Nós convidamos para o G20 observadores. Nós convidamos para o Brics observadores. As pessoas que vão muitas vezes podem até fazer, mas não têm poder nenhum de decisão”
Lula disse que é verdade a necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis, mas que é preciso ter “alternativa”. Ademais, que os países participantes podem financiar etanol, biodiesel, hidrogênio verde e energia solar, por exemplo. “Esse é o nosso papel”, afirmou. “Eu acho que é participando desses fóruns que a gente vai convencer as pessoas que uma parte dos recursos ganho com o petróleo deve ser investido para a gente ir anulando o petróleo, criando alternativas”, disse.
O presidente defendeu que não tem país no mundo que terá condições de oferecer ao planeta a quantidade de opções de energia limpa. Declarou que é uma oportunidade de revolução para a bioeconomia.
Lula afirmou que se emocionou ao tratar sobre a Amazônia porque é a 1ª vez que as “florestas” falaram “o que querem, como querem e para que querem”. Disse que passou a palavra à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para representar o bioma. Ela foi seringueira no Acre e se alfabetizou aos 16 anos. Segundo o presidente, foi um “gesto de reconhecimento e de mostrar ao mundo que o Brasil está levando essa questão muito a sério”.
O objetivo do governo brasileiro é convencer as pessoas que investem que é possível manter a floresta “intacta” e ter terra para plantar com o avanço da genética e engenharia, o presidente defende que é possível produzir mais com a mesma quantidade de hectares.
Atualmente, o governo trabalha para a recuperação de cerca de 40 milhões de hectares de terra degradada. Para ele, as pessoas que destruíram o planeta e emitiram mais gases do efeito estufa têm uma “conta com a sociedade”.
COP28
Lula teve participação importante na COP28 (28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), realizada em Dubai (Emirados Árabes). Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a participação de Lula representa a “volta do Brasil ao mundo”.
Segundo o ministro, a conferência foi um importante marco no processo para o Acordo de Paris –tratado com metas para redução de emissão de gases de efeito estufa. Afirmou que haverá uma avaliação na COP30, em Belém (PA), e os países deverão apresentar suas contribuições.
“O Brasil já anunciou a mudança, a revisão dessas metas, passando de 37% para 48% em 2025. E de 50% para 53% até 2030”, declarou o ministro. “É importante proteger com justiça a floresta, promovendo o desenvolvimento sustentável, a criação de empregos e protegendo, sobretudo, os habitantes deste bioma amazônico”, completou.