Conforme anúncio feito por cientistas do Observatório Europeu Copernicus, na última quarta-feira (6), o mês de novembro o planeta quebrou o recorde consecutivo de calor, com um aumento de 15,5% no consumo de energia elétrica no Brasil comparado ao ano anterior. Trata-se do maior avanço da série histórica, iniciada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em janeiro de 2014, em função do maior uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Com tanto calor e eventos extremos, que deixaram milhares de pessoas sem luz no Sudeste, muitos consumidores buscaram alternativas para evitar problemas futuros. Isso vêm impulsionando as empresas de energia solar e pequenas eólicas.
Segundo diretores do setor solar, apesar das dificuldades com os juros altos o setor segue firme diante das mudanças climáticas, o que tem ajudado também a reduzir os preços dos equipamentos em 40% no último ano. Isso porque a instalação de painéis solares em casas ou pequenos estabelecimentos pode ajudar a economizar pelo menos 90% nos gastos mensais com eletricidade. Assim, uma casa cuja conta de luz sai por R$ 500 mensais pode economizar até R$ 425.
“Hoje a pessoa investe R$ 25 mil em equipamentos que duram 25 anos e isso se paga em 58 meses. E terá mais 20 anos gerando energia. E o momento não podia ser melhor, porque os preços caíram muito. Há 18 meses o mesmo projeto custava R$ 40 mil”
~ Luca Milani, diretor-executivo e CEO da 77Sol
Não à toa, o Brasil também ultrapassa a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), isso é o equivalente a 15,9% da matriz elétrica do país, o que coloca o país entre os dez maiores geradores de energia solar no mundo.
De acordo com a entidade, desde 2012, a energia solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 170 bilhões em novos investimentos, gerando mais de 1 milhão de empregos e evitando a emissão de 42,8 milhões de toneladas de CO2. A previsão é que devem ser aplicados mais de R$ 50 bilhões no setor até o fim de 2023, com expectativa de crescimento de 42,4% na capacidade energética solar brasileira em relação ao ano anterior. Entre os motivos estão as novas leis que passam a dar mais liberdade ao consumidor.