O projeto de instalação de placas solares da Cemig no lago da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região Central de Minas Gerais, voltou a gerar polêmica durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa (ALMG) nesta sexta-feira (12/07). Moradores e representantes de movimentos sociais questionaram a continuidade do projeto e discutiram os potenciais impactos ambientais e econômicos.
Inaugurada em 1962, a Usina Hidrelétrica de Três Marias possui uma barragem que cria um vasto reservatório de 21 bilhões de metros cúbicos de água. Desde 2021, a Cemig tem investido na construção de Usinas Fotovoltaicas, com planos de adicionar duas estruturas flutuantes de painéis solares, cobrindo 55 hectares do reservatório entre a Prainha e o Hotel Grande Lago.
As preocupações levantadas durante a audiência incluem a diminuição do turismo, a alteração do ecossistema aquático e a restrição do uso da praia local. Thais Kênia Marciano, ativista ambiental e líder comunitária, destacou que a instalação das placas solares pode afetar negativamente a pesca e o turismo, principais fontes de renda da região. Ela também criticou a falta de diálogo da Cemig com a comunidade local.
O deputado Professor Cleiton (PV) levantou questões de segurança, alertando para o risco de eletrocussão devido à presença das placas na água. Ele pediu à Cemig que reconsiderasse o projeto. A empresa ainda não se manifestou sobre as críticas.
As obras estavam programadas para iniciar em dezembro deste ano, com operação prevista para 2025, mas foram suspensas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) devido a mudanças na Vice-Presidência de Geração e Transmissão da Cemig.