Meses após levantar R$ 600 milhões, a plataforma de energia solar Solfácil anuncia a captação de mais R$ 750 milhões nesta segunda-feira, (08/07). O valor, obtido por meio da emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), será destinado ao financiamento de cerca de 22 mil kits solares.
Como uma fintech voltada para o setor de energia solar, a Solfácil financia mais de 20 mil integradores cadastrados em sua plataforma e também vende itens necessários para projetos solares, como placas, inversores e cabos, desde 2021. “A Solfácil não é mais só uma fintech, somos um ecossistema em que o nosso integrador consegue financiar o cliente e, na mesma plataforma e a um clique, montar o kit e fechar a compra“, afirma Guillaume Tiret, CFO e cofundador da Solfácil.
O modelo de negócios B2B2C da Solfácil permite a liberação de crédito para distribuidores, que é repassado para consumidores finais interessados em mudar a fonte de energia. Com foco em clientes residenciais e pequenos negócios, como padarias e academias, a empresa financia projetos com custo médio de R$ 30 mil, que podem ser parcelados em até cinco anos. Desde sua fundação, a Solfácil financiou mais de R$ 3 bilhões para projetos de energia solar, ultrapassando 1 GW em potência instalada e beneficiando mais de 110 mil clientes finais.
Esta é a segunda captação de CRI da startup, que anunciou R$ 600 milhões em março passado. A transição para CRIs visa reduzir custos para consumidores finais, aumentar a competitividade e diversificar as fontes de financiamento. “O CRI é o único mercado onde conseguimos captar a taxa prefixada, importante para evitar descasamento de índice“, explica Tiret.
A operação foi coordenada pelo Itaú BBA e XP, com a Kanastra como empresa de securitização e administradora. Dividida em cinco classes de séries, a emissão do CRI foi classificada pela Fitch Ratings e Moody’s Rating, com a primeira série obtendo a classificação mais alta AAA, e a segunda, AA. O veículo obteve a classificação de título verde.
A Solfácil, fundada por Fabio Carrara, CEO, Guilherme Borgo, VP de e-commerce e IoT, e Brainer Martins, COO, tem dobrado de tamanho a cada ano desde a introdução da vertical de vendas de produtos em 2021. Com faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão e breakeven alcançado no ano passado, a startup já recebeu mais de R$ 800 milhões em investimentos de fundos como Softbank, VEF e Valor Capital Group, além do Banco Mundial.