Pensando num cenário em que as metas climáticas sejam atingidas, o setor de energia poderá criar mais de 70 milhões de empregos, elevando o atual número de 67 milhões para 140 milhões em 2050 – dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).
Segundo o relatório, um cenário em que a meta de limitar o aquecimento global em 1.5°C for atingida, dentro dos parâmetros do Acordo de Paris, resultará em 39 milhões de empregos acumulados no setor de energia renovável em 2050. O número atual é de 13,7 milhões. Em contrapartida, a transição energética reduzirá pela metade os postos de trabalho relacionados a combustíveis fósseis, de 38 milhões para 19 milhões até a metade do século.
Até o momento atual, as medidas políticas relacionadas a transição energética têm se concentrada nos aspectos institucionais, tecnológicos e regulatórios, dando pouca atenção as implicações socioeconômicas. Segundo a Irena, as questões distributivas, referentes a renda, gastos sociais, impactos das mudanças climáticas, entre outros, deveriam receber a atenção necessária para maximizar os benefícios da descarbonização do setor de energia, fortalecendo a aceitação e o apoio a essas transformações.
Outro ponto discutido, é a distribuição desigual de empregos entre regiões. A Ásia deverá concentrar 55% dos empregos renováveis do mundo até 2050, seguida pela Europa (14%) e Américas (13%). Entretanto apenas 9% desses postos de trabalho estariam na África Subsaariana. Por conseguinte, enquanto o investimento e comércio será o principal fator para impulsionar o crescimento em países de economia avançada, os países em desenvolvimento precisarão de suporte financeiro e políticas sociais.
“Os tomadores de decisão têm a responsabilidade de aumentar a ambição das políticas climáticas e promover as mudanças estruturais necessárias. Precisamos facilitar um resultado positivo da transição, ao mesmo tempo em que garantimos que as oportunidades serão igualmente distribuídas entre países e regiões.”
~Diretor geral da Irena, Francesco La Camera