Em São Paulo, o instituto Favela da Paz, criado em 2010, pelos irmãos Cláudio e Fábio Miranda, busca acima de tudo desenvolver e implementar tecnologias sustentáveis e acessíveis no Jardim Nakamura, bairro periférico localizado dentro do distrito do Jardim Ângela, no extremo Sul da capital paulista. Tudo começou com o oferecimento de aulas de música para a comunidade, hoje, oferecem projetos de sustentabilidade e energia renovável.
Utilizando seu “Lab Móvel“, uma espécie de van adaptada com tecnologias, chamado por ele de Laboratório de Tecnologia Ambulante, Fábio leva também conhecimento sobre sustentabilidade para moradores de outras periferias da capital.
Há cerca de três anos, essa história granhou um novo capítulo: a instalação da primeira Micro Geradora de Energia Solar da Quebrada, do projeto Energia para Todos. São cerca de 22 painéis solares que abastecem pelo menos quatro casas alocadas na sede do Instituto, com 25 moradores. Um dos objetivos do sistema é, além de combater a crise climática, reduzir a conta de luz dos moradores em até 95%.
Graziela Gonzaga, analista ambiental, foi a idealizadora do projeto. Ela trabalha numa multinacional australiana e todo ano a empresa promove um desafio entre os funcionários para desenvolver projetos inovadores. A analista mora na periferia e sempre trabalhou em áreas mais ricas da cidade, o que a fez enxergar com nitidez as desigualdades entre as duas regiões.
“Em 2019, o tema do desafio era sustentabilidade e energias renováveis. E eu sempre me perguntei porque os projetos envolvendo sustentabilidade não eram acessíveis para todo mundo, já que o meio ambiente afeta a vida de todos. Eu nunca vi um painel desse na periferia, achava injusto só ter em casas de ricos. Veio daí a ideia de levar para a periferia a tecnologia de energia solar, fiz o projeto, e ele foi aprovado pela empresa, em janeiro de 2020”
Segundo Paulo Roberto Torres, morador beneficiado pela microgeradoraa conquista representa um ganho significativo para a comunidade. “Antes das placas solares, a conta de luz chegava a superar os R$ 1.000, isso incluindo todos os moradores do espaço. Agora, com o projeto, a gente não fica tão preocupado, criou também uma consciência de economia de energia.“
A ideia é que este seja o primeiro de muitos projetos de instalação de energia solar em regiões periféricas. A equipe agora busca novos parceiros para capacitação de moradores da periferia para a instalação de placas fotovoltaicas e sistemas elétricos, que irão formar uma associação de energia solar na comunidade.
Para as celebrações dos 470 anos da capital paulista, o Bom dia São Paulo, o SP1, SP2 e o g1 exibem nesta semana uma série de reportagens sobre paulistanos que estão fazendo a diferença em cada uma das áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a tornar a cidade um lugar melhor e mais justo para todos.
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