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Energia demais também pode ser problema.
Na última segunda-feira (28/04), um grande apagão atingiu Portugal, Espanha, França e Bélgica, e a suspeita principal surpreendeu muita gente: o excesso de geração por fontes renováveis como solar e eólica pode ter sobrecarregado a rede elétrica. A Espanha, que nos últimos anos liderou a expansão dessas fontes, foi a mais afetada.
O alerta acendeu porque o país havia batido um feito dias antes: pela primeira vez em um dia útil, conseguiu operar com 100% de energia renovável. Mas essa conquista também expõe um problema antigo — a produção intermitente. Em momentos de pico, sem mecanismos de controle e corte, o excesso pode causar colapsos no sistema.
O Brasil já passou por isso.
Em 2023, um blecaute deixou todos os estados sem energia por falhas em usinas renováveis. E mais: um relatório recente do ONS apontou risco de sobrecarga em 11 estados brasileiros pelo mesmo motivo. Assim, para evitar o mesmo destino da Europa, o governo investiu pesado: leiloou quase 4.500 km de novas linhas de transmissão, com R$ 21,7 bilhões previstos para reforçar o escoamento, especialmente do Nordeste para o Sudeste.
Impactos reais nas cidades.
Enquanto isso, na Europa, o apagão paralisou o metrô em Lisboa e Madri, derrubou redes móveis e obrigou autoridades a declararem estado de emergência em regiões como Andaluzia e Madri. Em comunicado, o prefeito da capital espanhola pediu que moradores ficassem em casa e evitassem deslocamentos. Túneis foram fechados e semáforos apagados criaram risco nas vias.
A lição é clara: energia limpa é o futuro — mas sem estrutura adequada, o sonho pode virar blackout.