A utilização de sistemas de armazenamento de energia (SAE) tem registrado um crescimento impressionante no mercado global, com um aumento de mais de 130% em 2023, adicionando 42 GW de potência e mais de 90 GWh de capacidade instalada. Liderados por países como China, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Itália, os SAE têm se mostrado essenciais para a operação flexível do sistema elétrico e para a expansão segura das energias renováveis.
No Brasil, a adoção dos SAE tem se mostrado promissora desde 2021, promovendo maior flexibilidade e segurança operativa. Com uma projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para 2028 indicando uma oferta que superará a demanda em 2,5 vezes, os SAE emergem como soluções críticas para administrar o excesso de geração de fontes renováveis e a variação da demanda, especialmente durante os picos noturnos.
Os Estados Unidos destacam-se na implementação de SAE, com operadores como PJM e CAISO reportando crescimentos exponenciais em capacidade, impulsionados por políticas públicas favoráveis e reduções significativas nos custos de tecnologias de bateria. Tais sistemas não só ajudam na regulação de tensão e suporte de potência reativa, mas também aumentam a confiabilidade e qualidade da energia, aliviando congestionamentos e permitindo carregamento durante períodos de pico.
No contexto brasileiro, o SAE com baterias, embora ainda incipiente com cerca de 300 MWh de capacidade instalada, promete transformar a gestão energética. Observa-se uma potencial absorção de excedentes de geração solar e eólica que poderiam ser despachados em períodos mais oportunos, e mesmo o controle de tensão poderia ser melhorado em pontos estratégicos do Sistema Interligado Nacional.
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Para uma efetiva implementação sistêmica de SAE, é crucial uma regulamentação clara que contemple a contratação e remuneração de todos os serviços possíveis, incentivando modelos de negócio sustentáveis e permitindo múltiplas fontes de receita. Isso incluiria arbitragem de preços, participação em mercados de capacidade, serviços ancilares, e até benefícios para redução de emissões de carbono.
Com uma regulamentação adequada e uma avaliação integrada no planejamento do setor, os sistemas de armazenamento de energia podem se tornar elementos-chave para uma matriz elétrica mais renovável, resiliente e eficiente.