Um dos maiores projetos de energia renovável do mundo enfrenta uma reviravolta dramática no deserto marroquino: a promessa de transformar a energia solar em uma revolução global resultou em um prejuízo de 2,5 bilhões de euros. Mas será esse o fim da jornada ou apenas o começo de algo maior?
A central Noor Midelt I, que deveria ser o coração da transição energética, com capacidade planejada de 800 megawatts, esbarrou em desafios técnicos e financeiros. A escolha entre as tecnologias CSP (energia solar concentrada) e PV (fotovoltaica) dividiu opiniões, com o dilema entre o alto custo de uma solução que armazena energia à noite e a viabilidade financeira de uma alternativa mais barata, mas menos eficiente.
Apesar dos contratempos, o compromisso de Marrocos com as energias renováveis segue firme. Projetos anteriores, como a monumental Noor Ouarzazate, provaram que a inovação e resiliência são o caminho para o futuro. O complexo solar de 3.000 hectares nas montanhas Atlas já transformou a paisagem energética e econômica local, atraindo turistas e empregos e reduzindo a dependência do petróleo.
Enquanto a Noor Midelt I lida com incertezas, o país avança em sua meta de gerar 52% de sua eletricidade de fontes renováveis até 2030. O que hoje parece um fracasso pode ser o impulso necessário para um futuro ainda mais verde e inovador no Marrocos, um verdadeiro líder da energia solar na África e no Oriente Médio.
