O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16/10) que o horário de verão não será retomado em 2024, com recomendação de reavaliação apenas em 2025. A decisão foi embasada em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), indicando que os reservatórios estão em condições adequadas para atender à demanda até o fim do ano. A medida teve o aval do presidente Lula, que já havia indicado sua posição contrária à mudança antes do segundo turno das eleições.
O debate sobre o retorno do horário de verão ganhou força em setembro, em meio à crise hídrica e ao prolongamento do período de seca. No entanto, a previsão de chuvas para outubro enfraqueceu a proposta. “Chegamos à conclusão de que não há necessidade para este verão”, afirmou Silveira, após uma série de reuniões com especialistas do setor e com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico.
A última revogação do horário de verão ocorreu em 2019, durante o governo Bolsonaro. Apesar de dividida, a opinião pública se mostrou contrária ao retorno, principalmente entre aqueles que saem cedo para trabalhar ou estudar e relatam desconforto em fazer isso ainda no escuro. O setor aéreo também pressionou contra a medida, argumentando que uma mudança no horário exigiria meses de adaptação para a malha de voos internacionais.
Embora o Ministério de Minas e Energia tenha projetado uma possível economia de R$ 400 milhões com a retomada do horário de verão, a pasta agora busca alternativas para garantir estabilidade energética e reduzir custos, como otimizar o uso de termelétricas e reforçar as linhas de transmissão de Itaipu.
A decisão foi apresentada como uma medida técnica, não política, com foco em garantir a segurança no abastecimento e equilibrar a tarifa de energia. Segundo Silveira, as ações preventivas adotadas até agora têm mostrado resultados, garantindo a estabilidade do sistema elétrico em 2024.
