Nesta terça-feira (18/06), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve tomar uma decisão crucial sobre o decreto que estabelece as regras para a renovação das concessões de energia elétrica. A minuta do texto, enviada pelo Ministério de Minas e Energia à Casa Civil em 23 de maio, foi apresentada ao presidente em uma reunião às 17h no Palácio do Planalto, com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil). Se aprovado, o decreto final será publicado ainda nesta semana no Diário Oficial da União (DOU).
Pela manhã, Silveira foi convocado para uma reunião de última hora na Casa Civil, onde ajustes finais no texto foram realizados antes de ser levado a Lula. O decreto define as regras gerais para a renovação dos contratos de distribuição, que serão avaliados individualmente pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo governo.
Entre 2025 e 2031, os contratos de 20 distribuidoras chegarão ao fim. As empresas que tiverem suas concessões renovadas precisarão comprovar anualmente sua saúde financeira, considerando a relação entre lucro e dívida. Além disso, deverão atender a rigorosos índices de qualidade dos serviços, como frequência e duração das interrupções no fornecimento de energia. O descumprimento dessas normas resultará em punições, como a limitação da distribuição de dividendos aos acionistas ao mínimo possível, normalmente 25% do lucro líquido.
A partir de 2025, importantes concessões de distribuição de energia chegarão ao final, incluindo empresas como EDP Espírito Santo, Light e Enel Rio. No total, 20 distribuidoras, que atendem mais de 55 milhões de consumidores (64% do mercado regulado nacional) e somam uma receita bruta anual superior a R$ 3 bilhões, serão afetadas até 2031.
Essas companhias foram privatizadas na década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com contratos de 30 anos. O governo decidiu não renovar automaticamente esses contratos, optando por uma análise caso a caso, necessitando, portanto, da definição de regras gerais. A expectativa é que as renovações das concessões viabilizem investimentos de R$ 150 bilhões nos próximos quatro anos.