O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em busca de soluções sustentáveis para a demanda energética de suas cooperativas no Brasil. O dirigente João Pedro Stedile esteve na China para dialogar com empresas que possam ajudar na transição energética das agroindústrias, atualmente dependentes de caldeiras a lenha para processos como pasteurização.
Entre as tecnologias discutidas está a energia solar concentrada, que utiliza espelhos para concentrar a luz solar e gerar calor, acionando turbinas ou motores para produzir eletricidade. A Beijing Zhaoyang Solar Thermal Technology, uma empresa pioneira no desenvolvimento dessa tecnologia com mais de 43 patentes registradas, é uma das possíveis parceiras. Uma inovação interessante da empresa é o sistema de limpadores automáticos dos espelhos, movidos por energia fotovoltaica.
O MST vê na parceria com a China uma oportunidade de trocar conhecimentos e adaptar essa tecnologia para as necessidades brasileiras, onde a privatização das hidrelétricas encareceu a eletricidade. A sinergia entre os governos de Xi Jinping e Lula pode facilitar a transferência de tecnologia, contribuindo para a reindustrialização do Brasil e a redução da dependência de fontes tradicionais de energia.
Stedile destaca que, ao contrário de abordagens mercantilistas ocidentais, os projetos chineses priorizam soluções que beneficiem todas as partes envolvidas, visando resolver problemas sociais e econômicos de forma cooperativa.