Segundo os especialistas, em um momento de alta no consumo de eletricidade, o Brasil se prepara para ter o verão com mais energia renovável de sua História. Em consequência, usinas movidas a combustível fóssil se manterão no patamar mínimo de operação, ficando em segundo plano.
Hidrelétricas, eólicas e solares correspondem a 91% da energia elétrica distribuída entre janeiro e junho deste ano. A energia eólica representa 11,9% desse total, e deve avançar para 18%. No caso da energia solar, o percentual passaria dos 3,3% para 6,5%.
Esse avanço é considerado positivo por analistas pela diversificação da matriz, pelo aspecto ambiental e pelo custo menor para o consumidor.
Na última semana, o País registrou o maior apagão desde 2009, com impacto em 25 estados e no Distrito Federal. A investigação a respeito ainda não foi concluída.
Uma das suspeitas do setor elétrico era quanto ao papel da energia eólica. A avaliação era que o aumento de energia de fonte intermitente poderia ter reduzido a segurança do sistema. O governo descartou qualquer vínculo, alegando que a fonte não é problema, mas sim uma solução.
Ainda assim, analistas alertam para o fato de que será preciso investir mais para se adaptar a essa nova composição da matriz elétrica, não só em tecnologia, como em transmissão.
“Vamos manter esse percentual acima de 90%, com eólica e solar aumentando sua geração, de forma que as usinas hidrelétricas sejam poupadas para o próximo ano. Hoje, o aumento das fontes tidas como intermitentes, que podem ter variações a depender do vento e do sol, é um desafio para o setor. Por isso, é preciso ter um sistema de back-up mais robusto e isso se dá com investimento em reforço de linhas de transmissão e em softwares, de forma que o tempo de resposta de outras fontes seja mais rápido”, afirmou Mikio Kawai Jr., CEO da consultoria Safira.
No próximo verão, o consumidor já deve sentir o alívio no bolso com a presença de mais fontes renováveis. A previsão é que o Brasil tenha bandeira verde até 2025. Assim, não deve haver taxa extra na conta no período de maior consumo.