A nova investida tarifária de Donald Trump, que impôs sobretaxas de até 34% sobre produtos chineses, acendeu um alerta na transição energética global. Ainda é cedo para medir todos os impactos dessa jogada agressiva, mas uma coisa já está clara: ninguém sai ganhando.
Em meio à tensão comercial, o setor de energia solar — símbolo da virada rumo a um futuro mais limpo — vê desafios, mas também oportunidades. Taxar equipamentos e insumos verdes é como colocar obstáculos no único caminho viável para combater as mudanças climáticas. Ainda assim, há uma reviravolta à vista.
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Trump: Brasil e China: o elo estratégico da energia limpa
O Brasil, país com um dos maiores potenciais solares do mundo, pode virar o jogo. Com a China mirando exportações de tecnologias limpas para países em desenvolvimento, como o nosso, abre-se uma janela estratégica. Afinal, é de lá que vem grande parte das baterias, turbinas e até painéis usados na energia solar e eólica.
Essa possível redistribuição do mercado pode beneficiar diretamente quem está apostando no sol. E mais: os custos para instalação de sistemas fotovoltaicos caíram nos últimos anos, fazendo o chamado payback despencar de 5 para até 3 anos — ou até menos. Hoje, mesmo casas com piscina aquecida, geladeira potente e carro elétrico estão colhendo os frutos de uma geração energética independente e sustentável.
Armazenar energia ainda é caro — mas o cenário está mudando
O armazenamento de energia, embora ainda caro para a maioria dos brasileiros, também evolui. O sonho de não depender mais da rede elétrica, mesmo à noite ou em dias nublados, vai ganhando contornos mais reais.
Mas há um inimigo silencioso: o dólar. Com a dependência de componentes importados, a alta da moeda americana pode pressionar o setor. Por isso, cresce a importância de políticas públicas que incentivem a produção local, reduzam taxas e preparem o terreno para uma transição energética justa e acessível.
Enquanto o mundo enfrenta uma guerra comercial, o Brasil pode encontrar uma oportunidade de ouro — ou melhor, de sol. Resta agora torcer para que nossos governantes enxerguem o que já está claro para quem trabalha com energia limpa: o futuro está nos painéis, e não nas tarifas.